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O ensinamento de Agostinho ao homem contemporâneo

Santo Agostinho

Santo Agostinho  (©Renáta Sedmáková – stock.adobe.com)

Com ele se aprende a introspecção interior e a busca de Deus através da razão e da fé. Mas Santo Agostinho, que a Igreja lembra hoje, também ensina a ler a história à luz da Providência. O novo Prior da Província agostiniana da Itália afirma: “Agostinho fala muito ao homem de hoje”. Carta do Prelado Geral a todos os Agostinianos

Tiziana Campisi – Vatican News

“Os Padres da Igreja são justamente chamados os santos que, com a força da fé, a profundidade e a riqueza de seus ensinamentos, regeneraram e fizeram crescer a Igreja nos primeiros séculos”, assim escreveu João Paulo II na Carta Apostólica Patres Ecclesiae. E entre os Padres da Igreja está Santo Agostinho, Bispo de Hipona, que com seu ministério pastoral e suas obras contribuiu enormemente para o desenvolvimento da doutrina cristã.

Santo Agostinho pastor

Se com sua experiência de vida o prelado africano nos ensina a percorrer o caminho da interioridade para encontrar Deus e compreender Sua Palavra com fé e razão, através de seus escritos responde também às grandes perguntas do homem sobre a existência, sobre o bem e o mal, sobre a história. Há muitas homilias nas quais Agostinho aborda temas atuais, adverte seus fiéis sobre costumes pagãos, ajuda-os a ler a realidade à luz do Evangelho. Como pastor, durante 35 anos, ele conduziu sua diocese na ortodoxia cristã e, cabendo-lhe a episcopalis audientiae, deve resolver as disputas civis que os cidadãos de Hipona lhe submetem como árbitro de disputas, o que o aproximou ainda mais de seu povo. Tudo isso o levou a lidar com problemas concretos e a lidar com heresias e questões teológicas, enquanto seus sermões apaixonavam tanto os fiéis que ficavam horas ouvindo-o falar.

Entre 413 e 426, quando já tinha idade madura, Agostinho escreveu A Cidade de Deus, oferecendo uma leitura da história através das lentes da fé católica. Nos 22 livros que a compõem, o mundo é descrito como o fruto da “cidade terrestre”, marcada pelo pecado e amor próprio do homem, e da “cidade celeste”, o lugar da Graça e do amor de Deus. Mas, para o bispo de Hipona, em todas as civilizações há homens que pertencem a uma ou a outra. Além disso, vendo a Providência como um guia para toda a história, cada acontecimento e cada evento pessoal é iluminado por um significado. A Cidade de Deus de Agostinho é uma reflexão filosófica, teológica e política. Padre Giustino Casciano, Prior Provincial da Província Agostiniana da Itália, explica o que podemos recuperar nos dias de hoje desta obra:

Padre Casciano: “A Cidade de Deus” foi escrita por Agostinho quando Roma caiu nas mãos dos Godos. Este evento que marcou época abalou o povo, as consciências de então, e deu origem à acusação contra os cristãos de que eles eram a causa da ruína da cidade de Roma, da cidade eterna. Escrevendo “A Cidade de Deus”, Agostinho quer responder precisamente a estas acusações. E ele diz que não é por causa do cristianismo que Roma se tornou fraca e caiu nas mãos dos bárbaros, mas é por causa da corrupção moral, da corrupção dos costumes, que Roma perdeu seu esplendor e sua grandeza.   Tornou-se frágil por causa do homem, que seguiu mais paixões do que sua própria inteligência, o próprio destino eterno. Penso que é interessante refletir sobre a situação atual no mundo, sobre o fato de que estamos passando por esta crise da epidemia global que afetou todos os povos. A reflexão de Agostinho pode ser muito interessante para se ter uma visão da história do mundo, onde o cristianismo pode dar tanta luz, onde a fé cristã pode oferecer tantas saídas.

Como Agostinho se dirigiria ao mundo hoje?

Padre Casciano: Devo dizer que Agostino fala muito ao homem de hoje. O homem contemporâneo se sente muito próximo a ele; ele está a mais de 1600 anos de distância, mas sua linguagem, seu modo de ser e de se colocar, o tornam muito, muito atual. Acredito que Agostinho falaria, acima de tudo, em nível antropológico, falaria ao coração das pessoas, à sua necessidade de felicidade, de segurança. Creio que seria realmente interessante ouvi-lo falar ou escrever na sociedade de hoje. E é nossa tarefa, como agostinianos, torná-lo vivo e atual na nossa sociedade.

Como o senhor vê o futuro das comunidade agostinianas na Itália?

Padre Casciano: Certamente é um futuro com muitas dificuldades, devido sobretudo à falta de vocações, por isso a urgência mais importante é aproximar os jovens, caminhar junto com os jovens, anunciar Jesus às novas gerações e pedir com incessante oração o dom de ter novas e santas vocações para a vida consagrada e para o ministério ordenado. Não gostaríamos de fechar conventos, gostaríamos, com a ajuda de Deus, de abrir novas realidades; mas isto, é claro, só pode ser feito através de novas vocações, sem esquecer que caminhamos juntos com as famílias, junto com os leigos. Somos um só com os leigos e as famílias agostinianas que vivem em nossos contextos. As dificuldades da Igreja são nossas dificuldades.

Há uma frase, um pensamento, de Agostinho que, em sua opinião, pode ser um pouco o lema da província agostiniana italiana para os próximos anos?

Padre Casciano: Posso pensar em várias frases, é claro. Uma se trata da razão e da fé: “Creia para poder compreender e compreenda para poder crer”. Acredito que seja importante para nós unirmos cada vez mais todas as capacidades da ciência, tecnologia, inteligência humana, porém, uni-las à fé. Somente se formos capazes de ter estas duas asas, engenhosidade humana e fé em Deus, poderemos realmente voar. Se uma dessas duas asas estiver faltando, há o risco de ficarmos no chão e não sermos capazes de nos levantar. Também gosto muito da frase sobre a Graça de Deus. Unir a liberdade humana e a Graça de Deus, portanto fazer tudo o que for possível com suas forças, mas acima de tudo confiar-se à Graça de Deus com a oração. Creio que Agostinho seja capaz de sempre unir sempre estas realidades entre si; ele é o médico da Graça, mas é também o médico da liberdade.

A carta do Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho

O Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho, Padre Alejandro Moral, por ocasião da solenidade que todos os agostinianos celebram hoje, escreveu uma carta para convidar os religiosos a viverem com um só coração e uma só alma prostrados a Deus. “Vamos permanecer (…) fortemente unidos. Demos testemunho da comunhão entre nós e a Cabeça, que é Cristo – pode-se ler na carta – Ele nos ajudará a ler e interpretar a realidade e as necessidades de nossos irmãos. Unidos e em comunhão com Cristo, podemos confiar na segurança da superação das situações difíceis que teremos de viver”.

Unidos e orientados para o bem comum diante da pandemia

Recordando a emergência do coronavírus que todos os continentes estão vivendo, Padre Moral acrescenta: “A celebração da solenidade de nosso Padre Santo Agostinho também está envolvida na emergência sanitária que vivemos. Por esta razão, as Santas Missas e outras celebrações terão uma participação reduzida na maioria dos lugares, ou mesmo em outros não poderão sequer ser celebradas publicamente”. Por fim, o Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho nos exorta a dirigir nossas mentes e nossos corações para o essencial do carisma agostiniano. “Busquemos o bem comum, a comunhão com nossos irmãos”, conclui o Prior, “trabalhando em nossa interioridade e relacionamento com Deus, oferecendo um testemunho de fraternidade e solidariedade com as pessoas afetadas pelos problemas causados pela pandemia”.

 

30 de agosto de 2020 at 5:40 Deixe um comentário

Santo Agostinho

Nasceu em Tagaste, no ano de 354. Africano da Tunísia, era filho de pai pagão e de mãe cristã. Espírito irrequieto e sedento de verdade, enveredou por várias correntes filosóficas e seitas, até chegar ao cristianismo. Incursionou também pelos meandros da vida amorosa, e por muito tempo viveu em companhia de uma mulher e ambos tiveram um filho. Esta mulher anônima, que Santo Agostinho amava e por ela era amado, e da qual nem sequer nos legou o nome, retornou à África e certamente não foi menor em sua oblação.
Agostinho converteu-se por volta do ano 387 e recebeu o batismo em Milão. Quem o baptizou foi o célebre bispo Santo Ambrósio que, juntamente com Santa Mônica, trabalhou pela sua conversão. Retornando à sua terra, levou vida ascética. Eleito bispo de Hipona, por trinta e quatro anos esteve à frente de seu povo, ensinando-o e combatendo as heresias. Além de “Confissões”, escreveu muitas outras obras. Constitui-se, assim, num dos mais profundos pensadores do mundo antigo. É por muitos considerado o pai do existencialismo cristão. Morreu em Hippo Regius, no dia 28 de Agosto de 430.

Fonte: Evangelho Quotidiano

28 de agosto de 2020 at 5:43 Deixe um comentário

«Puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons»

«Ele governará a Terra com justiça, e os povos com fidelidade» (Sl 95,13). Que justiça e que fidelidade são estas? Ele juntará os eleitos em seu redor (Mc 13,27) e afastará os outros, colocando aqueles à sua direita e estes à sua esquerda (Mt 25,33). Haverá coisa mais justa, mais fiel do que esta? Aqueles que não tiverem querido exercer misericórdia antes da chegada do juiz, não poderão esperar dele misericórdia. Aqueles que tiverem querido exercer misericórdia, serão julgados com misericórdia (Lc 6,37). Porque Ele dirá àqueles que tiver colocado à sua direita: «Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo»; e atribui-lhes-á obras de misericórdia: «Tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber», e por aí fora (Mt 25,31s.). Porque tu és injusto, não há de o Juiz ser justo? Porque te acontece mentir, não há de a Verdade ser verídica? Se queres encontrar um Juiz misericordioso, sê misericordioso antes de Ele chegar. Perdoa a quem te tiver ofendido; dá dos teus bens, se possuis em abundância. […] Dá do que dele recebeste: «Que tens tu, que não hajas recebido?» (1Cor 4,7). Eis os sacrifícios que são agradáveis a Deus: a misericórdia, a humildade, o reconhecimento, a paz, a caridade. Se isso levarmos, esperaremos com segurança o advento do Juiz, desse Juiz que «governará a Terra com justiça, e os povos com fidelidade».

Discurso de Santo Agostinho

Fonte: Evangelho Quotidiano

30 de julho de 2020 at 5:49 Deixe um comentário

«As nações colocarão a esperança no seu nome»

Quem é o homem que conhece todos os tesouros de sabedoria e de ciência ocultos em Cristo, escondidos na pobreza da sua carne? Porque Ele, «sendo rico, fez-Se pobre por nós, para nos enriquecer com a sua pobreza» (2Cor 8,9). Como vinha para assumir a condição mortal e vencer a própria morte, apresentou-Se na condição de pobre. Mas Ele, que nos prometeu tesouros distantes, na verdade não perdeu aqueles dos quais Se afastou: «como é grande, Senhor, a bondade que reservas para os que Te são fiéis! Tu a concedes, à vista de todos, àqueles que em Ti confiam» (Sl 31,20). […] Para que O pudéssemos compreender, Aquele que é igual ao Pai, pois tem a natureza de Deus, tornou-Se semelhante a nós, tomando a natureza de servo, e recriando-nos à semelhança de Deus. Tornando-Se Filho de homem, o Filho único de Deus torna os homens filhos de Deus. E, depois de ter alimentado os servos com a sua natureza visível de servo, tornou-nos livres para que pudéssemos contemplar a natureza de Deus. Porque «já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando se manifestar, seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal como Ele é» (1Jo 3,2). Com efeito, em que consistem os tesouros de sabedoria e de ciência, esses tesouros divinos? Só sabemos que nos satisfarão completamente. E a superabundância da sua bondade? Só sabemos que nos saciará.

Sermão de Santo Agostinho

Fonte: Evangelho Quotidiano

 

 

19 de julho de 2020 at 5:39 1 comentário

Todo o povo ficava maravilhado quando O (a Jesus) ouvia

Imagem de Santo Agostinho

Rezamos no templo de Deus quando rezamos na paz da Igreja, na unidade do Corpo de Cristo, porque o Corpo de Cristo é constituído pela multidão dos crentes espalhados por toda a terra. […] Para sermos atendidos, é neste templo que temos de rezar, «em espírito e verdade» (Jo 4,23), e não no Templo material de Jerusalém. Este era «uma sombra das coisas que virão» (Cl 2,17), e por isso caiu em ruínas. […] Este Templo que caiu não podia ser a casa de oração da qual foi dito: «A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações» (Mc 11,17; Is 56,7).

Terão os que a transformaram num «covil de ladrões» sido realmente os causadores da sua queda? Pois os que levam na Igreja uma vida de desordem, os que procuram fazer da casa de Deus um covil de ladrões, estando ela em seu poder, também não poderão destruir este templo. Virá o tempo em que serão expulsos sob o chicote dos seus pecados. Esta assembleia de fiéis, templo de Deus e Corpo de Cristo, tem apenas uma voz e canta como um só homem. […] Se quisermos, essa voz será a nossa; se quisermos escutar o cântico, cantá-lo-emos também no nosso coração.

Comentário de Santo Agostinho

28 de agosto de 2019 at 5:45 Deixe um comentário

Papa: como Santo Agostinho, oferecer boas obras aos irmãos

A Igreja recorda Santo Agostinho em 28 de agostoA Igreja recorda Santo Agostinho em 28 de agosto  (©Renáta Sedmáková – stock.adobe.com)

Nascido na Argélia, homem culto e de pensamento aguçado, o Bispo de Hipona foi capaz de se colocar em discussão, escrevendo páginas memoráveis do Cristianismo.

Cidade do Vaticano

“Se o Senhor lhe deu riquezas, é para fazer em Seu nome muitas boas obras para os outros.” Esta é a mensagem do Papa Francisco no Twitter, em homenagem a Santo Agostinho, cuja memória litúrgica se celebra neste 28 de agosto.

Nascido na Argélia, homem culto e de pensamento aguçado, o Bispo de Hipona foi capaz de se colocar em discussão, escrevendo páginas memoráveis do Cristianismo.

De coração a coração

Movido pelo coração e pelo amor, buscava de maneira irrequieta a Verdade. Passados séculos de sua morte, em 430 D.C., quem lê uma de suas célebres obras, as Confissões, é capaz de encontrar as próprias interrogações, o estado de ânimo diante dos eventos da vida, os conflitos aparentemente insolúveis entre fé e razão.

“Quando alguém lê as Confissões, explica o agostiniano descalço padre Gabriele Ferlisi, sente que Agostinho lhe empresta as palavras e pensa: ‘Mas eu também sinto isso.’ E isto porque Agostinho falava de coração a coração.”

Santo Agostinho, modelo para os jovens

Tendo vivido o drama da busca de sentido e de verdade, o filho de Santa Mônica é particularmente próximo aos jovens de hoje.
“Agostinho encoraja os jovens à busca”, afirma ainda padre Gabriele – e os convida a jamais colocar um ponto final em seus resultados, a serem honestos diante da Verdade e a aceitá-la uma vez reconhecida”.

Buscar com o desejo de encontrar e encontrar com o desejo de continuar buscando (De Trinitate 9,1,1): é uma das máximas mais conhecidas de Agostinho, que exorta a jamais desistir da busca de Deus.

Mas qual foi o motor da conversão de Agostinho? Padre Gabriele Ferlisi explica: “O grande ideal que tocou o coração de Agostinho e que o próprio santo propõe aos outros é o encontro com Cristo, Aquele que satisfaz todos os desejos do coração humano”.

31 de agosto de 2018 at 5:50 Deixe um comentário

Santo Agostinho – 28 de agosto

“Que eu te conheça, ó conhecedor meu! Que eu também te conheça como sou conhecido! Tu, ó força de minha alma, entra dentro dela, ajusta-a a ti, para a teres e possuíres sem mancha nem ruga”.

 

 

30 de agosto de 2018 at 5:44 Deixe um comentário

Santo Agostinho, rogai por nós!

Aurélio Agostinho nasceu, no dia 13 de novembro de 354, na cidade de Tagaste, hoje região da Argélia, na África. Era o primogênito de Patrício, um pequeno proprietário de terras, pagão. Sua mãe, ao contrário, era uma devota cristã, que agora celebramos, como santa Mônica, no dia 27 de agosto.

Mônica procurou criar o filho no seguimento de Cristo. Não foi uma tarefa fácil. Aliás, ela até adiou o seu batismo, receando que ele o profanasse. Mas a exemplo do provérbio que diz que “a luz não pode ficar oculta”, ela entendeu que Agostinho era essa luz.

Aos dezesseis anos de idade, na exuberância da adolescência, foi estudar fora de casa. Na oportunidade, envolveu-se com a heresia maniqueísta e também passou a conviver com uma moça cartaginense, que lhe deu, em 372, um filho, Adeodato.

Assim era Agostinho, um rapaz inquieto, sempre envolvido em paixões e atitudes contrárias aos ensinamentos da mãe e dos cristãos. Possuidor de uma inteligência rara, depois da fase de desmandos da juventude centrou-se nos estudos e formou-se, brilhantemente, em retórica. Excelente escritor dedicava-se à poesia e à filosofia.

Procurando maior sucesso, Agostinho foi para Roma, onde abriu uma escola de retórica. Foi convidado para ser professor dessa matéria e de gramática em Milão. O motivo que o levou a aceitar o trabalho em Milão era poder estar perto do agora santo bispo Ambrósio, poeta e orador, por quem Agostinho tinha enorme admiração. Assim, passou a assistir aos seus sermões.

Primeiro, seu interesse era só pelo conteúdo literário da pregação; depois, pelo conteúdo filosófico e doutrinário. Aos poucos, a pregação de Ambrósio tocou seu coração e ele se converteu, passando a combater a heresia maniqueísta e outras que surgiram. Foi batizado, junto com o filho Adeodato, pelo próprio bispo Ambrósio, na Páscoa do ano de 387. Portanto, com trinta e três e quinze anos de idade, respectivamente.

Nessa época, Agostinho passou por uma grande provação: seu filho morreu. Era um menino muito inteligente, a quem dedicava muita atenção e afeto. Decidiu, pois, voltar com a mãe para sua terra natal, a África, mas Mônica também veio a falecer, no porto de Óstia, não muito distante de Roma. Depois do sepultamento da mãe, Agostinho prosseguiu a viagem, chegando a Tagaste em 388.

Lá, decidiu-se pela vida religiosa e, ao lado de alguns amigos, fundou uma comunidade monástica, cujas Regras escritas por ele deram, depois, origem a várias Ordens, feminina e masculina. Porém o então bispo de Hipona decidiu que “a luz não devia ficar oculta” e convidou Agostinho para acompanhá-lo em suas pregações, pois já estava velho e doente. Para tanto ele consagrou Agostinho sacerdote e, logo após a sua morte, em 397, Agostinho foi aclamado pelo povo como novo bispo de Hipona.

Por trinta e quatro anos Agostinho foi bispo daquela diocese, considerado o pai dos pobres, um homem de alta espiritualidade e um grande defensor da doutrina de Cristo. Na verdade, foi definido como o mais profundo e importante filósofo e teólogo do seu tempo.

Sua obra iluminou quase todos os pensadores dos séculos seguintes. Escreveu livros importantíssimos, entre eles sua autobiografia, “Confissões”, e “Cidade de Deus”.

Depois de uma grave enfermidade, morreu amargurado, aos setenta e seis anos de idade, em 28 de agosto de 430, pois os bárbaros haviam invadido sua cidade episcopal.

Em 725, o seu corpo foi transladado para Pavia, Itália, sendo guardado na igreja São Pedro do Céu de Ouro, próximo do local de sua conversão.

Santo Agostinho recebeu o honroso título de doutor da Igreja e é celebrado no dia de sua morte.

Fonte: Rede Século 21

28 de agosto de 2018 at 5:59 Deixe um comentário

A vida eterna é a recompensa – comentário de Santo Agostinho

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Os justos que viveram no início do mundo, como Abel e Noé, foram chamados, por assim dizer, ao romper da manhã, e gozarão da felicidade da ressurreição ao mesmo tempo que nós; outros justos depois deles, Abraão, Isaac, Jacob e todos os que então eram vivos, foram chamados por volta das nove horas, e gozarão igualmente da felicidade da ressurreição na mesma altura; o mesmo acontecerá aos que vieram depois, Moisés, Aarão e todos os que foram chamados ao meio-dia; por fim, os sábios, os profetas, chamados pelas três da tarde, gozarão também ao mesmo tempo da mesma felicidade.
No fim do mundo, os cristãos, que foram como que chamados pelas cinco da tarde, gozarão como eles da bem-aventurança da ressurreição, que chegará para todos ao mesmo tempo. Considerai, portanto, o muito que terão esperado por ela os primeiros justos, e como a terão obtido depois de passado tanto tempo, ao passo que nós quase nada teremos esperado; e, embora ela deva chegar para todos igualmente, uma vez que assim é podemos considerar-nos os primeiros.
Assim, perante a recompensa, todos seremos iguais: os primeiros, como se fossem os últimos, e estes como se fossem os primeiros; porque afinal o prêmio é a vida eterna.

Fonte: Evangelho Quotidiano

22 de setembro de 2017 at 5:51 Deixe um comentário

Ser servo – Comentário de Santo Agostinho

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O bispo que está à vossa cabeça é vosso servo. Que o Senhor nos conceda, portanto, com a ajuda das vossas preces, ser e permanecer até ao fim o que quiserdes que sejamos; que Ele nos ajude a cumprir o que nos ordenou. Mas, seja quem for que sejamos, não coloqueis em nós a vossa esperança. Permito-me dizer-vos isto como bispo: quero alegrar-me convosco e não ficar inflamado de orgulho. Falo agora ao povo de Deus em nome de Cristo, falo na Igreja de Deus, falo como pobre servo de Deus: não coloqueis a vossa esperança em nós, não ponhais a vossa esperança nos homens. Somos bons? Somos servos. Somos maus? Continuamos a ser servos. Mas os bons, os servos fiéis, são os verdadeiros servos.

Qual é o nosso serviço? Prestai atenção: se tendes fome e não quereis ser ingratos, reparai de que celeiro tiramos as provisões; mas não te diz respeito em que prato te é servido aquilo que estás ávido de comer: «Numa casa grande não existem somente vasos de ouro e prata, mas também os há os que são de madeira e de barro» (2Tm 2,20). [O vosso bispo parece-se com] um prato de prata, um prato de ouro, ou com um prato de argila? Vê se esse prato tem pão e Quem to deu para que te fosse servido. Ele é que é o pão: «Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu» (Jo 6,51). Nós, portanto, servimo-vos Cristo, em lugar de Cristo […], para que Ele chegue até vós, para que Ele seja o juiz do nosso ministério.

Fonte: Evangelho Quotidiano

28 de agosto de 2017 at 5:33 Deixe um comentário

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