Archive for outubro, 2023

A pequena luz do Sínodo na hora escura do mundo

Para a humanidade à beira do abismo, o que aconteceu nas últimas quatro semanas em Roma é um sinal de esperança. E indica o caminho para uma Igreja missionária que, finalmente aplicando o Concílio Vaticano II, não tem medo das novidades sugeridas pelo Espírito Santo.

Andrea Tornielli

Em um mundo que está se incendiando e estèa à beira do abismo de um novo conflito mundial; em um mundo marcado pela incapacidade de ouvir e pelo ódio que fomenta guerras e violências que também se refletem no continente digital, o fato de quatrocentas pessoas terem se reunido por um mês longe de casa para rezar, se ouvir, discutir é certamente uma notícia. A Igreja sinodal na qual o Papa Francisco insiste hoje representa uma pequena semente de esperança: ainda é possível dialogar, acolher o outro, deixando de lado o protagonismo do próprio ego para superar as polarizações a fim de chegar a um consenso amplamente compartilhado.

Vivemos um momento sombrio, uma época em que guerras e terrorismos, que massacram civis e ceifam crianças, se sustentam com o apoio da violência verbal e do pensamento único. Um momento sombrio em que até mesmo “paz”, “diálogo”, “negociação” e “cessar-fogo” se tornaram palavras impronunciáveis. Um momento sombrio marcado pela falta de coragem, lucidez e criatividade diplomática em todos os níveis, a começar dos governos e das classes dominantes.

De fato, há muito que se agarrar à oração. É preciso, de fato, apoiar e seguir uma voz profética capaz de se erguer e se elevar acima dos interesses, das ideologias e dos partidarismos: aquela do Bispo de Roma. No mundo em chamas, o sínodo celebrado neste mês de outubro representa uma pequena semente, que esperamos que gere consequências para o futuro da Igreja e da humanidade inteira.

Olhando para a Igreja e a sua missão, se se analisa o documento de síntese dessa primeira sessão do único sínodo que terá seu epílogo daqui a um ano – texto votado com uma porcentagem muito alta de consensos -, se descobrem algumas novidades. Em primeiro lugar, uma nova percepção da necessidade de aplicar os ensinamentos do último concílio, com relação ao único chamado que envolve todos nós como batizados. Em todas as páginas do Evangelho, Jesus, que se aproximava de todos e falava com todos, sofre oposição e é combatido pelas castas. Os clérigos da época, acostumados a colocar fardos pesados sobre os ombros dos outros, os escribas, os doutores da lei, os professores de doutrina.

É preciso olhar para o Nazareno para recuperar na Igreja, em todos os níveis, desde a Cúria Romana até a menor das paróquias, a consciência de que todo ministério é serviço e não poder, e “serve” realmente se aproxima, une, torna corresponsáveis, cria fraternidade, testemunha a misericórdia de Deus, não se distancia, não se reforça em privilégios, não se traça linhas de separação entre os que são ordenados e os que não são, não se considera (talvez mais com atos do que com palavras) o leigo como um batizado de segunda classe. Ao mesmo tempo, também é necessário evitar, por parte dos batizados não chamados à vocação ao sacerdócio, mas a outras formas de testemunho e de serviço no único sacerdócio batismal, o risco de querer se clericalizar e de se deixar clericalizar, para ir além das pequenas castas dos “leigos comprometidos”.

O sínodo sobre a sinodalidade será uma semente de esperança se o tempo de graça vivido pelos homens (a maioria, e uma maioria de bispos) e pelas mulheres reunidos em Roma for testemunhado como um método a ser aplicado com paciência em todas as expressões da vida das comunidades cristãs. Não será uma semente de esperança se for reduzida ao cumprimento burocrático, talvez colocando-a no liquidificador da linguagem do “eclesialês” e autorreferencial, uma mistura de velhas categorias clericais. As de uma Igreja que, em palavras, diz que quer aplicar o Concílio, mas depois age com as categorias pré-conciliares por meio de práticas consolidadas, com os bispos e os padres que decidem e os outros batizados que devem se limitar a colocar suas decisões em prática.

O Relatório de Síntese que acaba de ser publicado fala da necessidade comum de dar mais espaço às mulheres, ao gênio feminino, ao princípio mariano tão importante na Igreja. Também nesse caso, seria suficiente ter a coragem de olhar mais para o Evangelho e confiar mais em Jesus. Sob a cruz, quando apóstolos e discípulos (exceto João) fugiram, havia mulheres. Enquanto Ele morria, elas permaneceram. E é à intuição e à coragem delas de deixar o cenáculo que devemos o primeiro anúncio da ressurreição.

No túmulo vazio, as mulheres foram as primeiras, não os homens, nem os apóstolos assustados que permaneceram trancados em suas casas. O primeiro anúncio da notícia mais chocante da história humana – aquela do Deus que se faz homem, morre por nós e depois ressuscita, tornando-nos parte desse destino – foi feito por mulheres, não por homens. Elas testemunham o que viram, o túmulo vazio, e são as primeiras a dizer que Jesus está vivo. Elas fazem a primeira homilia sobre o querigma, sobre os fundamentos de nossa fé, aos apóstolos e discípulos ainda horrorizados com o que aconteceu na Sexta-feira Santa.

Seria suficiente começar daqui para conscientizar todos de que as mulheres devem ser muito mais valorizadas em todos os níveis da Igreja, superando o flagelo do clericalismo, doença infelizmente ainda profundamente enraizada e repetidamente denunciada pelo Sucessor de Pedro. É de se esperar que o documento de síntese do Sínodo represente um ponto de não retorno na recuperação das origens evangélicas também nesse campo.

Um outro elemento que emerge do texto votado pelos membros do sínodo é o que se refere ao acolhimento das pessoas feridas. Acolher os pobres – a proximidade a eles e a escolha preferencial por eles é o ensinamento de Jesus Cristo e da tradição dos Padres da Igreja, não uma categoria sociológica ou a descoberta das teologias da libertação – e acolher os migrantes, nos quais o cristão não pode deixar de ver refletidos os rostos da sagrada família de Nazaré em fuga. Mas também acolher aqueles que são “irregulares”, que estão distantes, que não são “apresentáveis”. Mais uma vez, precisamos voltar ao Evangelho e àquela síntese tão eficaz contida nas palavras que o bispo de Roma confiou aos jovens na JMJ de Lisboa, repetindo que na Igreja há realmente lugar para todos, “todos, todos”.

Em cada página evangélica, vemos o Nazareno quebrando tabus e tradições consolidadas, derrubando a presunção e a hipocrisia, para abraçar o pecador, que está ferido, que é descartado, que não está dentro da legalidade, que é corrupto, que está distante, que não é um “de nós”. Será bom voltarmos à dinâmica do que aconteceu em Jericó em março do ano 30, alguns dias antes da paixão, morte e ressurreição de Jesus, quando o Mestre, passando sob o sicômoro, olha para cima e chama o pequeno publicano corrupto, odiado por todos, convidando-se para entrar em sua casa. Zaqueu recebe o Nazareno, reconhece o seu pecado e se converte. Mas essa conversão é a consequência de primeiro ter sido olhado com amor, acolhido e inundado de misericórdia. Não é um pré-requisito necessário. O que é necessário é uma Igreja capaz de olhar para cada mulher e cada homem, com suas misérias, com seu pecado, com o mesmo olhar de Jesus, para fazê-los sentir-se acolhidos e acompanhá-los com paciência e ternura, confiando na obra da graça e da sua ação no tempo e no modo de Deus no coração das pessoas e em suas histórias.

Por fim, como não mencionar, en passant, os pontos em que a síntese do Sínodo pede uma revisão do Direito Canônico, de seguir o caminho do ecumenismo com maior convicção e concretude, de valorizar melhor as estruturas sinodais já existentes. E também para seguir o caminho indicado em vão por São João Paulo II, desde 1995, com relação ao ministério do Papa, aquele de “encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova” (Ut unum sint).

31 de outubro de 2023 at 5:48 Deixe um comentário

Frases sobre a Eucaristia

1-São Padre Pio: “Comunguemos com santo temor e com grande amor”.

2-Padre Pio: “Jesus Sacramentado é o nosso verdadeiro amigo entre nós”.

3-São Pedro Julião Eymard: “Jesus-Eucaristia é meu tudo e fora dele tudo o mais é nada para mim”.

4-São Pedro Julião Eymard: “Preciso que Jesus-Eucaristia seja a luz do meu espírito, a força da minha vontade, a vida do meu coração”.

5-Santo Agostinho: “A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia”.

6-São Gregório de Nissa: “Nosso corpo unido ao Corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao Imortal”.

7-São Pedro Julião Eymard: “As minhas virtudes também devem todas ser simples e ocultas a fim de se tornarem, quais as de Jesus, todas eucarísticas”.

8-São João Paulo II: “A Eucaristia é fonte e epifania de comunhão. É princípio e projeto de missão”. 

9-São Pedro Julião Eymard: “Na eucaristia encontrarei o meu céu na terra”.

10-São João Paulo II: “O tema do Congresso (Congresso Eucarístico) convida-nos a considerar o Mistério eucarístico, não somente em si mesmo, mas também em relação aos problemas do nosso tempo”.

31 de outubro de 2023 at 5:44 Deixe um comentário

Oração para a Eucaristia

Como os dois discípulos do Evangelho, também nós te imploramos, Senhor Jesus: permanece conosco!

Tu, divino Peregrino, perito nos nossos caminhos e conhecedor do nosso coração, não nos deixes prisioneiros das sombras da noite.

Ampara-nos no cansaço, perdoa os nossos pecados e orienta os nossos passos pelo caminho do bem.

Abençoa as crianças, os jovens, os idosos, as famílias e particularmente os enfermos. Abençoa os sacerdotes e as pessoas consagradas. Abençoa toda a humanidade.

Na Eucaristia, Tu fizeste-te “remédio de imortalidade”: dá-nos o gosto de uma vida plena, que nos ajude a caminhar sobre a terra como peregrinos seguros e alegres, olhando sempre para a meta da vida eterna.

Permanece conosco, Senhor! Permanece conosco! Amém!

De São João Paulo II

30 de outubro de 2023 at 7:56 Deixe um comentário

Papa: do amor a Deus aprendemos a servir o próximo, como Madre Teresa de Calcultá

“Tudo começa com Ele. Você não pode amar seriamente os outros se você não tiver essa raiz, que é o amor de Deus, o amor de Jesus”, afirmou o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (29). E convidou a seguir a santa dos pobres, que “refletiu como uma gota o amor de Deus”, uma gota “que pode mudar muitas coisas”, insistiu Francisco.

Andressa Collet – Vatican News

Neste domingo (29), o Papa Francisco enalteceu o Evangelho do dia (Mt 22,34-40) sobre o maior dos mandamentos tanto na homilia da missa de conclusão do Sínodo dos Bispos na Basílica de São Pedro, quanto na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus. Aos fiéis na Praça São Pedro, o Pontífice afirmou que o amor a Deus e ao próximo são “inseparáveis um do outro” e refletiu sobre dois aspectos dessa realidade.

O primeiro sobre o fato de que, o amor ao Senhor vindo em primeiro lugar, acaba nos lembrando “que Deus sempre nos precede, nos antecipa com sua infinita ternura (cf. Jo 4,19)”. Assim como acontece quando “a criança aprende a amar no colo da mãe e do pai, e nós o fazemos nos braços de Deus”, recordou Francisco. Do amor a Deus aprendemos a nos doar ao próximo:

“E tudo começa com Ele. Você não pode amar seriamente os outros se você não tiver essa raiz, que é o amor de Deus, o amor de Jesus.”

O exemplo de Santa Teresa de Calcutá

E assim, continuou o Papa, chegamos a um segundo aspecto que decorre do mandamento do amor, o amor ao próximo: “significa que, ao amarmos nossos irmãos, refletimos, como espelhos, o amor do Pai. Refletir o amor de Deus, esse é o ponto; amar Ele, a quem não vemos, por meio do irmão que vemos (cf. 1 Jo 4:20)”. Foi quando Francisco citou Santa Teresa de Calcutá sobre a resposta dada a um jornalista quando perguntou se tinha a ilusão de mudar o mundo com a sua obra e ela respondeu: “nunca pensei que pudesse mudar o mundo! Só tentei ser uma gota de água limpa na qual o amor de Deus pudesse brilhar”.

“Foi assim que ela, tão pequena, foi capaz de fazer tanto bem: refletindo como uma gota o amor de Deus. E se às vezes, olhando para ela e para outros santos, chegamos a pensar que eles são heróis inimitáveis, pensemos nessa pequena gota – o amor é uma gota que pode mudar muitas coisas. E como se faz isso? Dando o primeiro passo, sempre. Às vezes não é fácil dar o primeiro passo, esquecer as coisas, dar o primeiro passo – vamos fazer isso. Esta é a gota: dar o primeiro passo.”

O Papa Francisco, ao finalizar a reflexão sobre o amor de Deus, invocou Nossa Senhora para ajudar a viver no cotidiano esse grande mandamento, convidando os peregrinos na Praça São Pedro a um momento de pausa e reflexão, ao se questionar:

“Sou grato ao Senhor, que me ama por primeiro? Eu sinto o amor de Deus e sou grato a Ele? E procuro refletir Seu amor? Eu me esforço a amar os irmãos, a dar esse segundo passo?”

30 de outubro de 2023 at 5:53 Deixe um comentário

Papa conclui os trabalhos do Sínodo e recorda: o protagonista é o Espírito Santo

Após quatro semanas de XVI Assembleia Geral Ordinária no Vaticano, Francisco concluiu os trabalhos na noite deste sábado (28), na Sala Paulo VI. Em espanhol, agradeceu pela dedicação de todos e disse: “quero recordar que o protagonista deste Sínodo é o Espírito Santo”. O último dia foi de leitura, aprovação e apresentação do Relatório de Síntese, que passou por votação eletrônica e secreta.

Andressa Collet – Vatican News 

O Papa Francisco participou da Congregação Geral da tarde deste sábado (28) da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos naquele que foi o último dia após quatro semanas de trabalho. Dia também de  leitura e aprovação do Relatório de Síntese, que passou por votação eletrônica e secreta, com apresentação do documento de 40 páginas – em versão oficial em italiano e inglês – em coletiva de imprensa. Essa foi a primeira vez que os não bispos tiveram o direito de voto, como as mulheres.

A conclusão dos trabalhos do Sínodo foi feita pelo próprio Papa Francisco na noite deste sábado (28), na Sala Paulo VI. Em espanhol, agradeceu pela dedicação de todos e disse:

Quero recordar que o protagonista do Sínodo é o Espírito Santo. Sugiro que levem consigo os textos de São Basílio, que nos preparou o Padre Davide Piras, e continuem meditando-o, porque isso pode ajudá-los. Quero agradecer o trabalho de todos e de cada um: cardeal Grech, não dormiu à noite; cardeal Hollerich, mestre dos noviços; Nathalie Becquart e Luis Marín de San Martín, Giacomo Costa, Riccardo Battocchio, Giuseppe Bonfrate, Irmã Maria Grazia Angelini, Timothy Radcliffe, que nos manifestaram um saber espiritual conosco, e aos escondidos, aqueles que estão aqui atrás, que não vemos e que possibilitaram tudo isso. Obrigadao de coração a todos. Muchas gracias.”

Missa de encerramento neste domingo

Já o encerramento solene do Sínodo dos Bispos será realizado com missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro. A cerimônia deste domingo (29), com transmissão ao vivo e comentários em português pelos canais do Vatican News, está marcada para às 10h na Itália. Com o término do horário de verão na Europa neste final de semana, a missa começa às 6h no horário de Brasília. O próprio Papa Francisco, após a oração na conclusão dos trabalhos aos padres e mães sinodais, recordou todos para atrasar os ponteiros dos relógios em uma hora.

29 de outubro de 2023 at 6:51 Deixe um comentário

Palavra do Dia

LEITURA DO DIA

Primeira Leitura

Leitura do Livro do Êxodo 

22,20-26

Assim diz o Senhor:

Não oprimas nem maltrates o estrangeiro,
pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito.

Não façais mal algum à viúva nem ao órfão.

Se os maltratardes, gritarão por mim,
e eu ouvirei o seu clamor.

Minha cólera, então, se inflamará
e eu vos matarei à espada;
vossas mulheres ficarão viúvas
e órfãos os vossos filhos.

Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo,
a um pobre que vive ao teu lado,
não sejas um usurário,
dele cobrando juros.

Se tomares como penhor o manto do teu próximo,
deverás devolvê-lo antes do pôr do sol.

Pois é a única veste que tem para o seu corpo,
e coberta que ele tem para dormir.
Se clamar por mim, eu o ouvirei,
porque sou misericordioso.

Segunda Leitura

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 

1,5c-10

Irmãos:

Sabeis de que maneira procedemos entre vós,
para o vosso bem.

E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor,
acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo,
apesar de tantas tribulações.

Assim vos tornastes modelo
para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia.

Com efeito, a partir de vós,
a Palavra do Senhor não se divulgou apenas
na Macedônia e na Acaia,
mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte.
Assim, nós já nem precisamos de falar,

pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes
e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses,
para servir ao Deus vivo e verdadeiro,

esperando dos céus o seu Filho,
a quem ele ressuscitou dentre os mortos:
Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.

EVANGELHO DO DIA

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

22,34-40

Naquele tempo,

Os fariseus ouviram dizer que Jesus
tinha feito calar os saduceus.
Então eles se reuniram em grupo,

e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo:

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”

Jesus respondeu: 

“‘Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento!’

Esse é o maior e o primeiro mandamento.

O segundo é semelhante a esse:
‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’.

Toda a Lei e os profetas
dependem desses dois mandamentos”.

PALAVRAS DO SANTO PADRE

A resposta de Jesus retoma e une dois preceitos fundamentais que Deus deu ao seu povo através de Moisés (cf. Dt 6, 5; Lv 19, 18). E assim supera a cilada que lhe fizeram «para o pôr à prova»(v. 35). O seu interlocutor, de facto, tenta arrastá-lo para a disputa entre os peritos da Lei sobre a hierarquia das prescrições. Mas Jesus estabelece duas pedras angulares essenciais para os crentes de todos os tempos, duas pedras angulares essenciais da nossa vida. A primeira é que a vida moral e religiosa não pode ser reduzida a uma obediência ansiosa e forçada. Há pessoas que procuram cumprir os mandamentos de uma forma ansiosa ou forçada, e Jesus faz-nos compreender que a vida moral e religiosa não pode ser reduzida a uma obediência ansiosa e forçada, mas deve ter o amor como princípio. A segunda pedra angular é que o amor deve tender junta e inseparavelmente para Deus e para o próximo. Esta é uma das principais novidades do ensinamento de Jesus e faz-nos compreender que não é amor verdadeiro a Deus o que não se expressa no amor ao próximo; e, da mesma forma, não é amor verdadeiro ao próximo o que não se inspira no relacionamento com Deus.

(Angelus de 25 de outubro de 2020)

Fonte: Vaticano

29 de outubro de 2023 at 6:48 Deixe um comentário

Papa na Oração pela Paz: Maria, intercedei pelo mundo em perigo

Ao final desta sexta-feira, 27 de outubro, dia de jejum, oração e penitência convocado pelo próprio pontífice, a Basílica de São Pedro acolheu várias denominações cristãs para implorar a paz no mundo. Na conclusão do Santo Rosário e antes da Adoração Eucarística, Francisco rezou a Oração pela Paz, pedindo a intercessão de Nossa Senhora “nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas”.

Andressa Collet – Vatican News

O Papa Francisco presidiu a Oração pela Paz na Basílica de São Pedro ao final da tarde desta sexta-feira (27), encerrando o dia de jejum, oração e penitência que viu a participação de várias denominações cristãs e pessoas pertencentes a outras religiões. O Pontífice foi quem guiou o Santo Rosário e a Adoração Eucarística para implorar a paz no mundo.

Na conclusão do encontro na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco rezou a Oração pela Paz, invocando Nossa Senhora que “tem sofrido conosco e por nós”, ao ver muitos dos seus “filhos provados pelos conflitos, angustiados com as guerras que dilaceram o mundo”. Nesta que o Pontífice descreveu como uma “hora escura” em que o mundo vive, buscou o exemplo de Maria que sempre confiou em Deus diante das inquietações, dos temores e provações: “confiastes em Deus, e à apreensão respondestes com a solicitude, ao pavor com o amor, à angústia com o oferecimento”. E Francisco continuou:

“Agora, Mãe, tomai a iniciativa por nós, novamente nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas. Voltai o vosso olhar de misericórdia para a família humana, que perdeu a senda da paz, preferiu Caim a Abel e, tendo esquecido o sentido da fraternidade, não reencontra a atmosfera de casa. Intercedei pelo nosso mundo em perigo e tumulto. Ensinai-nos a acolher e cuidar da vida – de toda a vida humana! – e a repudiar a loucura da guerra, que semeia morte e apaga o futuro.”

Mesmo que estejamos “ocupados com as nossas necessidades e distraídos com tantos interesses mundanos”, não se canse de nós, insistiu o Papa a Maria, porque “sozinhos, não conseguimos”: “tomai-nos pela mão, conduzi-nos à conversão, fazei-nos colocar Deus em primeiro lugar. Ajudai-nos a guardar a unidade na Igreja, e a ser artesãos de comunhão no mundo”.

Na Oração pela Paz, Francisco ainda implorou “misericórdia” a quem “está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos. Enxugai as lágrimas das crianças, assisti os idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados, despertai a esperança”.

O Papa, ao concluir a Oração, pediu a intercessão de Nossa Senhora para “inspirar caminhos de paz aos responsáveis das nações”, para “reconciliar os filhos, seduzidos pelo mal, cegados pelo poder e pelo ódio”. Enfim, Francisco pediu “compaixão de todos”, ensinando-nos “a cuidar dos outros”.

Um momento da Oração pela Paz

Um momento da Oração pela Paz

A Oração pela Paz do Papa Francisco

“Maria, pousai o vosso olhar sobre nós; eis-nos aqui na vossa presença! Vós sois Mãe, conheceis as nossas canseiras e as nossas misérias. Vós, Rainha da Paz, sofreis connosco e por nós, ao ver muitos dos vossos filhos provados pelos conflitos, angustiados com as guerras que dilaceram o mundo.

Nesta hora escura, colocamo-nos sob os vossos olhos luminosos e confiamo-nos ao vosso coração, sensível aos nossos problemas. Ele não esteve imune de inquietações e temores. Quanta apreensão ao ver que não havia lugar para Jesus na hospedaria! Quanto medo naquela fuga precipitada para o Egito, pois Herodes queria matá-Lo! Quanta angústia, quando O perdestes no templo! Mas, nas provações, fostes corajosa e audaz: confiastes em Deus, e à apreensão respondestes com a solicitude, ao pavor com o amor, à angústia com o oferecimento. Em vez de Vos alhear, nos momentos decisivos, tomastes a iniciativa: fostes apressadamente ter com Isabel, nas bodas de Caná obtivestes de Jesus o primeiro milagre, no Cenáculo mantivestes unidos os discípulos. E, quando no Calvário uma espada Vos trespassou a alma, Vós, mulher humilde e forte, tecestes de esperança pascal a noite do sofrimento.

Agora, Mãe, tomai a iniciativa por nós, novamente nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas. Voltai o vosso olhar de misericórdia para a família humana, que perdeu a senda da paz, preferiu Caim a Abel e, tendo esquecido o sentido da fraternidade, não reencontra a atmosfera de casa. Intercedei pelo nosso mundo em perigo e tumulto. Ensinai-nos a acolher e cuidar da vida – de toda a vida humana! – e a repudiar a loucura da guerra, que semeia morte e apaga o futuro.

Maria, já muitas vezes viestes até nós pedindo oração e penitência. Mas nós, ocupados com as nossas necessidades e distraídos com tantos interesses mundanos, temos permanecido surdos aos vossos convites. Contudo Vós, que nos amais, não Vos canseis de nós. Tomai-nos pela mão, conduzi-nos à conversão, fazei-nos colocar Deus em primeiro lugar. Ajudai-nos a guardar a unidade na Igreja, e a ser artesãos de comunhão no mundo. Recordai-nos a importância da nossa função, fazei-nos sentir responsáveis pela paz, chamados a rezar e adorar, a interceder e reparar por todo o género humano.

Sozinhos, não conseguimos; sem o vosso Filho, nada podemos fazer. Mas Vós levai-nos a Jesus, que é a nossa paz. Por isso, Mãe de Deus e nossa, vimos a Vós, buscamos refúgio no vosso Coração Imaculado. Imploramos misericórdia, Mãe da misericórdia; paz, Rainha da paz! Movei o íntimo de quem está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos. Enxugai as lágrimas das crianças, assisti os idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados, despertai a esperança.

A Vós confiamos e consagramos, para sempre, as nossas vidas, todas as fibras do nosso ser, aquilo que temos e somos. A Vós consagramos a Igreja para que, dando ao mundo testemunho do amor de Jesus, seja sinal de concórdia e instrumento de paz. Consagramo-Vos o nosso mundo, especialmente os países e as regiões em guerra.

Vós, aurora da salvação, abri friestas de luz na noite dos conflitos. Vós, morada do Espírito Santo, inspirai caminhos de paz aos responsáveis das nações. Vós, Senhora de todos os povos, reconciliai os vossos filhos, seduzidos pelo mal, cegados pelo poder e pelo ódio. Vós, que estais próxima de cada um, encurtai as nossas distâncias. Vós, que tendes compaixão de todos, ensinai-nos a cuidar dos outros. Vós, que revelais a ternura do Senhor, tornai-nos testemunhas da sua consolação. Vós, Rainha da Paz, derramai nos corações a harmonia de Deus. Amém.”

28 de outubro de 2023 at 6:07 Deixe um comentário

Reflexão para o XXX Domingo do Tempo Comum

Não existe outra forma para amar e reverenciar o Senhor do que amar e servir seus filhos queridos, criados à sua própria imagem e semelhança.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A primeira leitura deste domingo, tirada do livro do Êxodo, nos anuncia o relacionamento fraterno que deverá reinar entre os homens, fruto da justiça e do amor.

Nas sociedades vizinhas a Israel e, também nas nossas, o pequeno, o derrotado, o fraco, o empobrecido, os sem oportunidades são embrutecidos pelos poderosos, pelos ricos, pelos vitoriosos, pelos que tiveram tudo isso. Deus diz a Israel e também a nós, que nosso modo de proceder em relação ao pequeno não deverá ser assim, pelo contrário. O empobrecido deverá ser ocasião de nossa demonstração de amor a Deus e de abertura para os ditames de seu coração.

No Evangelho de Mateus, mas em um capítulo anterior ao que a liturgia de hoje nos propõe, Jesus repete de forma positiva o que o rabino Hilel ensinou: “O que não te agrada, não o farás a teu próximo! Esta é toda a lei: o restante é comentário”. Jesus disse: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles: nisto estão toda a Lei e os Profetas”.

A passagem escolhida para hoje fala que o maior mandamento da Lei é amar o Senhor de todo o coração e com toda alma e todo entendimento e o segundo é amar o próximo como a si mesmo. Na verdade esse mandamento é um só. Amar a Deus sobre todas as coisas é mais do que reservar um tempo para atividades piedosas de oração, é amar com toda intensidade seus filhos, é venerá-lo em cada ser humano, especialmente nos mais pequenos. Ele disse que aquilo que fizermos ao menor de seus irmãos, será a Ele que estamos fazendo.

Portanto não existe outra forma para amar e reverenciar o Senhor do que amar e servir seus filhos queridos, criados à sua própria imagem e semelhança.

E aí vem a questão dos desafortunados pela sorte. Jesus se fez homem pobre, sofredor, humilhado e, também em seus discursos, se assemelhou a eles. Na celebração do amor, na última ceia, fez o papel de escravo, lavando os pés de seus discípulos.

Morreu em um suplício abominável, humilhado e nu, no meio de dois bandidos, como malfeitor.

O Senhor, quando foi tentado no deserto, rejeitou Satanás com suas pompas e suas obras.

Que nosso batismo seja recordado em cada momento de nossa vida, ao abandonarmos os falsos deuses do egocentrismo, do poder e da soberba, ao assumirmos o serviço de Deus único e verdadeiro no relacionamento fraterno, que nos foi proposto desde o Antigo Testamento.

Adorar e servir o Senhor é amar e servir o próximo!

28 de outubro de 2023 at 6:05 Deixe um comentário

Pároco de Gaza: da nossa Igreja, agora campo de refugiados, rezamos unidos ao Papa

A presença de cristãos que esperam salvar suas vidas aumentou no lugar sagrado da cidade devastada por bombas. O pároco, padre Gabriele Romanelli, conta como católicos e ortodoxos, idosos e crianças, estão vivendo uma situação dramática, mas não sem esperança. “Eles são como os primeiros cristãos: fazem tudo juntos e compartilham a caridade”. Novamente um agradecimento ao Papa por sua proximidade: “Ele nos telefona quase todas as tardes”.

Federico Piana – Cidade do Vaticano

A Sagrada Família é talvez o único lugar em Gaza onde a esperança parece não ter sido apagada pelas bombas. Para entender isso, basta ouvir o relato do padre Gabriele Romanelli, pároco da única igreja latina da cidade situada nos Territórios Palestinos, arrasada pelos ataques aéreos israelenses. Quando o religioso revela que 700 pessoas encontraram hospitalidade entre as paredes daquele edifício sagrado, o coração suspira de alívio, apesar do fato de que a situação continua dramática, com a Faixa de Gaza ainda completamente isolada e mais de dois milhões de pessoas sem água, comida, remédios ou combustível. “Depois do bombardeio de quatro dias atrás que atingiu a Igreja Ortodoxa Grega em Gaza, causando 18 mortes, muitos outros refugiados cristãos chegaram à nossa paróquia”, diz o padre. Ele acrescenta um detalhe, que não é insignificante: “conosco, há também 54 crianças das freiras de Madre Teresa e elas, que também têm dificuldades físicas, precisam de cuidados especiais”. 

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26/10/2023

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Sinal de esperança

Todas as comunidades religiosas também estão alojadas na paróquia, que se tornou o coração da Igreja em Gaza, a tal ponto que o Patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, forneceu às autoridades israelenses as coordenadas exatas de sua localização para evitar tragédias imensas. “Todos os religiosos”, explica o padre, “decidiram permanecer na Sagrada Família para estar perto dos refugiados. Eles estão cientes dos riscos que correm”, e acrescenta, “porque não há lugar seguro. O exército israelense nos pediu repetidamente que deixássemos o norte da Faixa de Gaza: eles nos disseram que deveríamos ir para o sul, mas até mesmo lá é bombardeado”.

A primazia da caridade

Padre Romanelli diz que, agora, a paróquia se tornou como a comunidade dos primeiros discípulos de Jesus. Fazemos tudo juntos”, diz ele, “rezamos e buscamos viver a caridade distribuindo as coisas que temos”. Quando perguntam ao padre quais são as necessidades mais urgentes, ele responde sem hesitar: “A primeira coisa é a oração. Devemos rezar e fazer com que as pessoas rezem, oferecendo sacrifícios para acabar com a guerra. E depois, é claro, as necessidades básicas, porque tudo está realmente faltando”.

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Unidos em oração com o mundo

Amanhã, 27 de outubro, quando será realizado o Dia de Oração, Jejum e Penitência pela Paz convocado pelo Papa Francisco, a súplica da paróquia da Sagrada Família se elevará ao céu com mais força do que nunca. Como esses homens, mulheres e crianças que sofrem já elevam seu clamor a Deus todos os dias, Romanelli conta: “Eles acordam cedo e, às 8 horas da manhã, preparam a igreja para a primeira missa. Depois, divididos em grupos, rezam o Santo Rosário durante todo o dia, enquanto a tarde é dedicada à adoração ao Santíssimo Sacramento e à celebração da segunda missa”. O mais extraordinário é que todos participam: católicos e ortodoxos.

O Papa próximo dos que sofrem

Padre Romanelli, então, agradece mais uma vez ao Papa por sua constante proximidade. “Ele nos telefona”, revela, “quase todas as tardes. Ele me liga e, se não consegue me encontrar, liga para a paróquia. É um grande sinal de generosidade, de bondade. Sabemos que ele está próximo de toda a população, sem distinção”.

27 de outubro de 2023 at 6:08 Deixe um comentário

Oração ao Sagrado Coração de Jesus

“Senhor, nós Vos agradecemos porque nos abristes o vosso Coração; porque, na vossa morte e na vossa ressurreição, Vos tornastes fonte de vida. Fazei que sejamos pessoas que vivem, que vivem da vossa fonte, e concedei-nos a possibilidade de sermos também nós fontes capazes de dar a este nosso tempo água da vida. Nós Vos agradecemos pela graça do ministério sacerdotal. Senhor, abençoai-nos a nós e abençoai todos os homens deste tempo que estão sedentos e andam à procura. Amém”.

Do Papa Bento XVI

Fonte: Vaticano

27 de outubro de 2023 at 6:06 Deixe um comentário

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