Tu tens as palavras da vida eterna – Vigésimo Primeiro Domingo do Tempo Comum – São João 6, 60-69

20 de agosto de 2012 at 16:50 Deixe um comentário

 

60. Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir? 61. Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: Isso vos escandaliza? 62. Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?… 63. O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. 64. Mas há alguns entre vós que não crêem… Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. 65. Ele prosseguiu: Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido. 66. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. 67. Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos? 68. Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!

O Catecismo (1336) ensina assim sobre o Evangelho desse domingo: “A Eucaristia e a cruz são pedras de tropeço. É o mesmo mistério e não cessa de ser ocasião de divisão. «Também vos quereis ir embora?» (Jo 6, 67): esta pergunta do Senhor ecoa através dos tempos, como convite do seu amor a descobrir que só Ele tem «palavras de vida eterna» (Jo 6, 68) e que acolher na fé o dom da sua Eucaristia é acolhê-1’O a Ele próprio”.

Versículos de 60 a 62: “Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir? Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: Isso vos escandaliza? Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?…”

“Isto é muito duro! Quem o pode admitir?”

Após o ensinamento de Jesus sobre o “Pão da Vida”, muitos ficaram discutindo entre si sobre o que o Senhor havia dito – O Papa Bento XVI explicou: “Aos judeus que discutem asperamente entre si, perguntando-se: “Como pode Ele dar-nos a comer a Sua carne?” (v. 52) — e o mundo continua a discutir — Jesus reafirma em todos os tempos: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Meu sangue não tereis a vida em vós” (v. 53); motivo também para nós de refletir se compreendemos realmente esta mensagem…”

A Palavra do Senhor é verdade e vida – O Monsenhor Jonas Abib disse assim: “Jesus perdeu discípulos porque foi claro e concreto a respeito da verdade sobre a Eucaristia. E não voltou atrás. Quando os judeus começaram a murmurar, Jesus poderia ter lhes explicado que tudo aquilo era algo simbólico e misterioso, mas não o fez”. 

 “Isso vos escandaliza?” 

 “Muitas pessoas querem conhecer Jesus e ouvir tudo o que ele tem para dizer, mas não querem escutar tudo, mas sim apenas alguns pontos que lhes interessam para a satisfação dos seus desejos e necessidades. Quando essas pessoas ouvem tudo o que Jesus tem para dizer, se escandalizam, afastam-se dele e não querem mais segui-lo”. (site dos Franciscanos)

A Palavra diz: “Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória, na glória de seu Pai e dos santos anjos”. (Lc 9, 23-26)

“Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?…”

São Bernardo de Claraval explica que a ascensão ao céu de Jesus se realiza poderosamente em três graus: “o primeiro é a glória da ressurreição, o segundo é o poder de julgar e, o terceiro, sentar-se à direita do Pai”.

O Beato João Paulo II disse assim sobre o quanto o Senhor é poderoso: “Somos convidados, portanto, a contemplar a grandiosidade e a beleza do nosso único Senhor, e fazer nossa a oração da Carta aos Efésios, há pouco lida: “Possa Deus iluminar os olhos do nosso coração, a fim de sabermos compreender… que enorme grandeza representa o Seu poder para nós, os crentes, como o mostra a eficácia da Sua força vitoriosa, que exerceu em Cristo” (Ef. 1, 18-20).

A Palavra diz: “E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor”. (Fl 2, 8-11)

Versículos  de 63 a 65: “O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. Mas há alguns entre vós que não crêem… Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. Ele prosseguiu: Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”.

“O espírito é que vivifica, a carne de nada serve

A Palavra diz: “O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo veio do céu. Qual o homem terreno, tais os homens terrenos; e qual o homem celestial, tais os homens celestiais. Assim como reproduzimos em nós as feições do homem terreno, precisamos reproduzir as feições do homem celestial”.(1 Cor 15, 47-49)

O  Papa Bento XVI disse: “Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem estar corporal. No episodio da cura de um paralitico (Mt 9,2-8), Jesus, antes de fazer com que este se levantasse a andar, perdoa-lhes os pecados, ensinado que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois “que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?”(Mt 16,26)

 “As palavras que vos tenho dito são espírito e vida

O Papa Bento XVI disse que Jesus “se tornou Ele mesmo “Espírito que dá vida” (1 Cor 15, 45). Precisamente por isso São Paulo fala diretamente do “Espírito de Cristo” (Rm 8, 9), do “Espírito do Filho” (Gl 4, 6) ou do “Espírito de Jesus Cristo” (Fl 1, 19). É como se quisesse dizer que não só Deus Pai é visível no Filho (cf. Jo 14, 9), mas que também o Espírito de Deus se expressa na vida e nas ações do Senhor crucificado e ressuscitado.“

“Mas há alguns entre vós que não crêem…”

O Papa Bento XVI disse que “precisamente porque se trata de uma realidade misteriosa que ultrapassa a nossa compreensão, não devemos surpreender-nos se também hoje muitos têm dificuldade em aceitar a presença real de Cristo na Eucaristia”

 “Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”

 O Papa João Paulo II disse: “O amor a Deus é também viagem misteriosa: isto é, eu não parto se Deus não toma primeiro a iniciativa”.

 Santo Agostinho disse: “Deus atrai-te não só de modo que tu mesmo venhas a querer, mas até de modo que tu gostes de ser atraído”.

O Catecismo (1336) ensina: “O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso”.

Versículos 66 a 69: “Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos?  Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!”

 O Papa Bento XVI ensinou que “a partir de então “muitos dos Seus discípulos retiraram-se e já não andavam com Ele”, e acontece sempre de novo a mesma coisa, em diversos períodos da história. Poderíamos esperar que Jesus procure maneiras para se fazer compreender melhor, mas Ele não abranda as suas afirmações, aliás dirige-se diretamente aos Doze, dizendo: “Também vós quereis retirar-vos?”

“Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”

 O Beato João Paulo II disse: “As suas palavras duram para sempre e, sobretudo, abrem-nos as portas da vida eterna. Quando Deus fala, as suas palavras criam a vida, chamam à existência, orientam o caminho, aquecem os corações desiludidos e confusos e, neles, infundem uma esperança renovada”.

O Papa Pio XI ensinou que as palavras de Cristo são “palavras de vida eterna, palavras tais, que hão de perdurar eternamente, ainda depois de passarem os céus e a terra”.

O que os santos disseram sobre a Eucaristia:

São Gregório de Nissa: “Nosso corpo unido ao corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao imortal”.

Santa Catarina de Sena: “A Eucaristia é o meio mais apto para a união do homem com Deus e maior conhecimento da Verdade.”

São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com freqüência: os perfeitos para se conservarem perfeitos e os imperfeitos para chegarem a perfeição.”

São João Maria Vianney:
“Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”.  

São Pio de Pietrelcina: “A Santa Missa é o sacrifício que detém a justiça Divina, que rege toda a Igreja, que salva o mundo”.

Santo Afonso de Ligorio: “A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação, recolhimento.”

Conclusão

Concluímos essa reflexão com as palavras do Papa Bento XVI: “Aquela que compreendeu deveras esta realidade foi a Virgem Maria, bem-aventurada porque acreditou ( Lc 1, 45). Maria não se escandalizou com o seu Filho: a sua admiração por Ele é cheia de fé, de amor e de alegria, ao vê-lo tão humano e ao mesmo tempo tão divino. Por conseguinte, aprendamos dela, nossa Mãe na fé, a reconhecer na humanidade de Cristo a perfeita revelação de Deus”.

Oremos com:

O Círculo Bíblico: Ó Deus, obrigado por este encontro de fé. Dai-nos força e coragem para caminharmos sempre segundo as propostas de Jesus, pois ele tem palavras de vida eterna. Senhor, que nos amais como filhas e filhos vossos com ternura de Pai, em vós depositamos a nossa total confiança. Não nos deixeis cair na tentação da idolatria da riqueza e do poder, mas conservai-nos firmes no seguimento do vosso Filho, que vive e reina para sempre. Amém.

Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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