OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO
22 de julho de 2010 at 1:31 Deixe um comentário
OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO
São Paulo em sua carta aos Gálatas, capítulo 5 versículos de 22 a 23, cita os frutos do Espírito Santo: “… o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança.
Os frutos do Espírito são pra nossa santificação, e para a santificação de nossas irmãos, porque os frutos são testemunhos de nossa conversão. Se buscamos viver a vida com frutos bons é porque caminhamos com Deus e isso alcança nosso irmão também. Jesus dá a receita de produzir bons frutos: “Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto…” ( Jo 15,5)
Algumas vezes o nosso agricultor (o Pai) precisa fazer a poda dos ramos pra que possamos dar mais frutos. Isso implica em fazer de nós pessoas mais predispostas ao amor e ao perdão. E para colher os frutos de uma árvore preparamos a terra, semeamos, molhamo-na, adubamos, depois vigiamos o seu crescimento, então colhemos os frutos, quando estiverem maduros e prontos pra colheita. É claro que se plantamos laranja, vamos colher laranja. Então precisamos estar atentos à nossa vida espiritual, porque se queremos colher frutos bons é preciso plantá-los no Espírito e não plantá-los na carne, porque um se opõe ao outro, diz São Paulo: “Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” ( Gl 6, 8)
Os frutos do Espírito Santo são virtudes que nos levam a fazer o bem. O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade,” que é o vínculo da perfeição.” ( Cl 3, 14 )
CARIDADE- Sem o fruto do amor todos os outros frutos deixariam de existir. A caridade é base de todas as virtudes que praticamos.
O Espírito Santo está em nós, que é o Deus de amor,por isso conseguimos amar como Jesus nos pediu em Mateus 22, 39:”Amarás teu próximo como a ti mesmo.” O Catecismo ensina: “ A caridade assegura e purifica nossa capacidade humana de amar, elevando-a à perfeição sobrenatural do amor divino” ( 1827).
São Paulo descreve de uma maneira muito perfeita a caridade:”A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” ( I Cor 13, 4-7 )
Ó amado Deus, dá-nos um coração amoroso e misericordioso para com nosso irmão.
ALEGRIA: É a alegria que vem do Senhor e que alimenta a nossa alma, para que não caiamos na tristeza no dia-a-dia da nossa vida: Deus mesmo quer que vivamos alegres e felizes:“ Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! ( Fl 4,4)
A alegria, fruto do Espírito não é um gozo ou euforia passageira, mas é uma alegria que está presente em todo o momento da vida do cristão, mesmo diante dos problemas. São Paulo diz: “ Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações.” ( II Cor 7, 4 )
Ó Nossa Senhora das alegrias, intercedei por nós.
PAZ: A paz fruto do Espírito não é a paz que o mundo dá, mas ela vem de Jesus, porque Ele é o “Príncipe da paz”(Is 9,5). Quando Jesus ressuscitou e se apresentou aos apóstolos disse com autoridade: “ A paz esteja convosco!”( Jo 20,21)
Estamos vivendo num tempo em que as pessoas usam de vários artifícios para conseguir a paz, mas infelizmente o que nós assistimos cada vez mais é desentendimentos, divisões, guerras…
Porque então não buscamos a paz que precisamos, naquele que realmente é a verdadeira paz, Jesus Cristo? Crer, esperar e confiar em Jesus é o que deveríamos plantar para colher a paz que buscamos tanto. Na Celebração Eucarística, o Sacerdote pede para que todos os presentes recebam a paz de Cristo: “ Senhor Jesus Cristo, que dissestes aos vossos apóstolos: eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz.” E a seguir toda assembléia deseja a paz uns aos outros.
Rainha e Senhora da paz, livra-nos dos conflitos e ensina-nos a viver em paz.
PACIÊNCIA: ( longanimidade) – É ser perseverante, paciente. Não irar-se, nem desesperar-se nas dificuldades. É confiar e esperar em Deus, em qualquer circunstância.
Santa Teresa de Jesus refletiu assim sobre o fruto da paciência: “Nada te pertube, nada te assuste. Tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta. Só Deus basta.”
Perdoar e suportar com paciência é uma obra de misericórdia. E o Senhor nos diz na sua Palavra: “ Para que confortados em tudo pelo seu glorioso poder, tenhais a paciência de tudo suportar com longanimidade.” (Cl 1,11 )
Espero em vós, Senhor, o tempo que for necessário para o cumprimento de suas promessas, pois sois fiel e bom.
AFABILIDADE: ( benignidade, amabilidade) – é dar respostas de amor, serenidade e mansidão diante de conflitos e atos agressivos. A Palavra de Deus diz: “ Procurai viver com serenidade, ocupando-vos das vossas próprias coisas …”.( I Ts 4, 11 )
É ser amável com as pessoas, respeitando suas limitações e suportando-se uns aos outros em suas fraquezas, pois também temos nossas próprias fraquezas. Olhar o próximo, como a nós mesmos, amar o próximo como amamos a nós mesmos.
Ó Mãe amável, rogai por nós!
BONDADE: São João Bosco dizia que ”uma pessoa boa é aquela que pensa bem do outro, fala bem do outro e quer o bem do outro.” O senhor nos exorta em Tito 3, 2: “…não falem mal dos outros, sejam pacíficos, afáveis e saibam dar provas de toda mansidão para com todos os homens.”
Deus é bom! E as nossas boas ações vêm de Deus. Se nos abrirmos a Ele, cada vez mais seremos bondosos para com nossos irmãos. Agir com bondade é estar cheio da graça de Deus no coração.
Temos o fruto da bondade quando deixamos o egoísmo e passamos a ser generosos com todos, sem preferências.
Ó Deus de bondade, encha-nos do seu amor e faz-nos melhores a cada dia.
FIDELIDADE: O fruto da fidelidade engloba dois aspectos: a fidelidade a Deus- respeitando e obedecendo à Palavra de Deus, seus mandamentos, à Doutrina da Igreja, ao Magistério… E a fidelidade às pessoas, seja no matrimônio entre os cônjuges, nas relações de amizade, no trato com todos.
Deus é sempre fiel a nós,” de sempre e para sempre” ( Cic), embora sejamos infiéis a Ele, por isso enviou seu Filho para pagar os pecados( infidelidades) de todos nós. Deus É o que É. Não muda. O salmista diz: “O Senhor é fiel em suas palavras, e santo em tudo o que faz”. ( Sl 144,13) Podemos crer que Deus cumpre todas as suas promessas. Podemos contar e esperar.
O mundo seria bem melhor se tivéssemos sempre a mesma palavra boa, de amor, de bondade, de fidelidade. Ser volúvel e instável em nossas palavras e atitudes têm nos prejudicado e também à sociedade como um todo.
Faz-nos fiel, precioso Jesus!
BRANDURA: ( mansidão) – Tem sido cada vez mais difícil vivermos o fruto da mansidão, pois a arrogância, a prepotência, o orgulho tem levado à convivência tumultuada entre os seres humanos, filhos amados de Deus. Somos irmãos, mas a fraternidade tem passado distante de nós. Precisamos trazer novamente para nossas vidas atitudes de delicadeza e compreensão. Falar com mansidão é imitar Jesus na sua essência: “…porque eu sou manso e humilde de coração”.
E a mansidão abre portas, disse Jesus no sermão das bem- aventuranças: “ Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.” O que se pede com mansidão é mais fácil de se obter. É só fazer um teste e descobrir essa verdade.
Jesus manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso.
TEMPERANÇA: ( autodomínio, continência, prudência, modéstia e castidade)- O fruto da temperança nos leva a ter domínio sobre nós mesmos: nossos atos, nossa fala, nosso temperamento.A temperança regra a nossa sexualidade, e nos faz sóbrio no vestir, no falar e no agir: “ Não te deixes levar por tuas más inclinações, e refreia os teus apetites”. ( Eclo 18, 30 ).
A continência é saber equilibrar-se, dominando a sexualidade. São Paulo nos diz que Jesus” veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade.” Tt 2,12)
Santo Agostinho tem a nos ensinar: “ Viver bem não é outra coisa senão amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e em toda a forma de agir. Dedicar-lhe um amor integral, pela temperança, que obedece exclusivamente a ele, e nisto consiste a justiça, que vela para discernir todas as coisas com receio de deixar-se surpreender pelo ardil e pela mentira, e isto é a prudência. “
A prudência dispõe a razão prática a discernir nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para o realizar. ( Cic 1835) Ser prudente é ser sábio: A Palavra de Deus diz que “ no coração do prudente repousa a sabedoria”. ( Eclo 14,33)
A modéstia nos faz ser simples e discretos, sem ostentação ou exibição como se espera de um bom cristão.
Na castidade conseguimos pelo Espírito Santo, o doador dos frutos, manter pureza do corpo e da alma, respeitando o sexto e o nono mandamento de Deus.
Ó Mãe Santíssima, ensina-nos a ser puros e santos como vós!
Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo
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